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Ditos e Não Ditos - By Martinha de Fátima Borba
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Entre o povaréu…segue adiante o pessoalzinho!

20 de maio de 2019 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Passei a observar certos estereótipos criados a partir do uso recorrente de algumas palavras.

Numa sessão de câmara legislativa, um representante do povo se referiu à plenária presente, composta por estudantes universitários e professores , com a seguinte expressão: “ESSE POVARÉU AI”. Foi vaiado.

Povaréu rima com escarcéu. Rima com beleléu. Sem dúvidas, o nobre edis quis menosprezar as pessoas presentes. Usou um aumentativo para o substantivo povo com esse objetivo.

O sentido literal de quantidade de pessoas, que a palavra povaréu carrega, ficou preterido pelo sentido carregado de preconceito. O grau aumentativo do substantivo povo usado dessa forma, soou como uma bofetada na face dos presentes. Reação imediata. Somos de fato o povaréu. Cheios de orgulho de fazermos parte desse povaréu.

Em tempos de maniqueísmo, entre a bondade dos maus e a maldade dos bons, entre os cidadãos de bem…é ótimo sermos pertencentes à classe POVARÉU.

Diante do brado forte : povaréu… povaréu…povaréu, calou-se o orador e a plenária ratificou sua identidade genuinamente. Sem medo de demarcar na pirâmide social seu verdadeiro lugar.

Na sequência dos dias, eis que outro orador da esfera federal, dirigi-se a manifestantes de ato democrático como PESSOALZINHO. Agora chegou a vez do grau diminutivo.

A palavra”pessoal” para denominar grupos do povo, já generaliza. Imagina, a palavra pessoalzinho. O sentido usado era para diminuir a importância do ato de protesto. Ao chamar de pessoalzinho, o sentido carregado de menosprezo, não conseguiu seu intuito, pela força do atual contexto, o tal pessoalzinho era na verdade milhares…E o que era para ser “inho” foi “ão”: MULTIDÃO.

Tiranos, tremei ao ouvir o brado do pessoalzinho, do povinho, do povão, do povaréu…

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-Boa luta, professor! – Mas saiba que estamos sozinhos nela…

2 de maio de 2019 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Ainda sobre o primeiro de maio de 2019. Dia consagrado aos trabalhadores do mundo todo. Dia dos trabalhadores. É dia do trabalho, que existe, tão somente, porque existem os trabalhadores. Do verbo trabalhar, deriva-se o substantivo trabalho.

Por que o chefe da nação brasileira não se dirigiu aos trabalhadores, nos dois minutinhos que usou na mídia , nesse primeiro de maio ? Por que não parabenizou as mulheres e os homens que edificam esse país?

Fiquei com o sentimento de menosprezo no coração. Todos os brasileiros e brasileiras da massa trabalhadora tiveram sentimento parecido.

O plano do governo federal, que certamente está registrado no Tribunal Regional Eleitoral, uma exigência para homologar candidaturas, só agora começa a se efetivar e se tornar conhecido pela população. Enfim, as fileiras perfilam – se . E os trabalhadores estão numa fileira aparte, sem direito a continências.

Estamos sós. Só com a conta para pagar. De novo.

Ao parabenizar um colega professor pelo dia do trabalhador, dizendo a expressão corriqueira: -Boa luta, companheiro!! Ele respondeu: – Mas saiba que estamos sozinhos nessa.

Refleti sobre isso. Realmente o professor está sozinho.

Sozinho com seu plano de aula, que muitas vezes não se efetiva. Ora pela indisciplina dos alunos, ora pela carência de tecnologia,ora pela carência na infraestrutura da escola, ora pelo tiroteio nas imediações da escola…

O professor está sozinho .

Solitário. Acuado. Sem lenço, sem documento…ops sem filosofia, sem sociologia. Sem salário. Sem aposentadoria. Mas…

Uma coisa nos restou S A B E D O R I A.

Em marcha, seguiremos soletrando TI JO LO.

Avante, Paulos e Paulas Freire. Somos muitos os que sabem ler a palavra-mundo.

Por isso, sabemos porque não fomos homenageados.

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O Sujo e o Encardido

15 de abril de 2019 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

ENTRE CHUVA E CHUVA, O MORMAÇO A LUZ QUE NOS ENTREGA O DIA, NÃO DÁ AINDA PARA DISTINGUIR O SUJO DO ENCARDIDO. A PRÓPRIA LUZ É MOLHADA. (THIAGO DE MELO )

O poema de Thiago de Melo faz a alusão ao dia que amanhece entre pancadas de chuva e o mormaço que ocorre entre uma e outra pancada. Demora para que a luz do dia se faça presentes nesses dias nublados. Demora-se para distinguir o que de fato a natureza presenteará para os viventes da terra, se dia nublado ou chuvoso. Usa a metáfora do sujo e do encardido para descrever o amanhecer.

Essa metáfora cabe perfeitamente à conjuntura atual no Brasil.Está difícil de distinguir o sujo do encardido. Entendo que o sujo aplica-se para aquilo que recentemente ou ocasionalmente ficou sujo, passível de logo passar para a categoria limpo. Já o encardido, entende-se que muitas foram as tentativas de limpá-lo.

O sistema político brasileiro está encardido. Não há alvejante que dê conta de tanto bolor, de tantas manchas.

Cada eleição aparecem “novos produtos” que prometem ser mil utilidades do bombril. Parece que os encardidos se multiplicam. Criam as dificuldades para distinguir o que é o limpo e como seriam os limpos.

Eles existem. Basta aprender a descartar os encardidos. No mínimo colocar para reciclagem.Moer. Triturar. E dar outra forma. Para isso acontecer, atitudes propositivas e de enfrentamento são necessárias. Exemplo recente foi um enfrentamento da índia Sônia Guajajara a uma senadora defensora do agronegócio. Passou um pano limpo nas ideias encardidas.”Vocês não querem enxergar que a terra não aguenta mais tanta ganância”.

Como há panos encardidos estendidos sobre nós….

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