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Ditos e Não Ditos - By Martinha de Fátima Borba
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Santinhos, nem tanto!!!

8 de setembro de 2024 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Cresci acompanhando campanhas eleitorais.
Na minha infância, o material impresso era raríssimo.
Então, quando chegava o período eleitoral, chegava vasto material impresso : os santinhos.
No contexto político, santinho é uma publicidade da candidatura, contém foto, partido político, número e um breve histórico dos candidatos e suas proposições caso sejam eleitos.
A denominação “santinho” do panfleto para fins da política partidária chega a ser hilário antes de sua condição irônica.
Primeiramente, o santinho foi usado para divulgar santos, santas e, óbvio, suas santidades.
Na nova versão dos santinhos,de santidade não sobrou nada!
O que mais circulam são promessas falsas. O repertório se parece com as ladainhas religiosas, o diferencial é de que elas, se repetidas com seriedade e devida fé, até milagres acontecem. enquanto que a ladainha política caiu em total descrédito: vote pela educação, pela saúde, pela moradia,pela segurança, pelo lazer e cultura, pelo esporte, pela justiça, pela democracia…Caro leitor,convido lhe a continuar a ladainha.
Conhecemos muito bem a ladainha inscrita nos santinhos,a cada quatro anos, temos a chance de repeti-la. Os mesmos santos com as mesmas promessas.Salvo, raras exceções.
Então,faço remissão de memória e volto à infância.
Os santinhos viravam dobraduras. Surgiam barquinhos,naves,aviõezinhos (a propósito, ontem, esbarrei num exemplar, na esquina movimentada da cidade)Já, a diversão de minha mãe, era “estilizar”a foto dos santinhos.
Vale dizer que era o tempo de candidaturas de homens. Só os santos.Às santas reservava-se apenas o direito ao voto.Estávamos na peleja pelo direito de votar e ser votada.
Com uma caneta, minha mãe desenhava bigode no santo que por ventura não tinha, ou aumentava-o consideravelmente no santo com bigode fininho.Recortava e fazia montagens, colocando saias, vestidos, em total protesto pela falta de santinhas na política. Fazia mais, escrevia trocadilhos com o nome e partidos dos referidos santos. “João Maria, vem aqui com a cabeça e a panela vazia” PPB vem aqui só para feder”
Era pura diversão.
Já que intuímos que daquela ladainha não viria milagres.
Os santos eram santos de pau oco.
ERAM?

Tempo de Leitura: 1 min
Linguístico

Criado Mudo ou criado-mudo

1 de dezembro de 2019 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Adoro a era da informação. Na minha formação inicial dependia muito do conhecimento extremamente livresco. Não raro ouvia de pessoas próximas  a mim a seguinte fala: cuidado com o que você está aprendendo, o papel aceita tudo. Era o medo do fakenews da época.

Mas porque adoro a era da informação? Porque temos acesso a quase tudo de forma rápida, em tempo real. O que se tem que aprender é checar as informações e suas fontes que é um trabalho tão igualmente rápido. Nunca na história humana o acesso a ideias e fatos foi tão simultâneo.

Para ilustrar minha reflexão, cito um exemplo de um pequeno vídeo compartilhado no Whatsap sobre a história da palavra criado-mudo.

O vídeo revela a etimologia da palavra criado mudo. Confesso, sempre desconfio de palavras, as ditas e as não ditas. Sempre desconfiei dessa.

Eis que fiquei sabendo que a expressão, ou seja, o nome dado à mesinha de cabeceira da cama, criado-mudo existe pelo fato  que na escravidão, os senhores( cidadãos de bem) escolhiam um escravo, homem ou mulher, para servi-los nos dormitórios, enquanto os seus donos dormiam, não podiam sequer se mexer para não acordá-los. O posto requeria a condição de ficarem calados, mudos..

Ouviam conversas de seus senhores, viam cenas semelhantes a filmes não recomendados a menores de dezoito anos, mas não lhes era permitido comentar com ninguém.

Ah, os segredos da alcova !!!

Passavam a ser a câmera de monitoramento da época. Alguns se pareciam com as câmeras de baixa resolutividade, não se vê nada, só vultos. Agiam como se não vissem nem ouvissem nada.

Sabedores do castigo, certamente a maioria se mantinha calado.

No entanto, sabemos da crueldade com que os escravos eram submetidos, para garantir que de fato não dessem com a língua nos dentes, a prática brutal de cortar a língua de seus criados foi se tornando natural.

Teriam, de fato, Criado Mudo. Substantivo próprio.

Com o fim da escravidão, sai de cena o Criado Mudo, substantivo próprio, e se fabrica um móvel com a função de aparar objetos ( jarra com água, copos, velas…) que o batizaram de criado-mudo. O substantivo comum.

Um móvel denominado  criado-mudo , carregado de história de preconceito e de ódio, atravessou gerações sem que houvesse questionamento para o  uso desse vocábulo.

Ainda bem que cresci numa família que o móvel perto da cama se chamava bidê.

Achava chique. Como se diz por ai ” da hora” . Mas chique mesmo é repensar a história e negar qualquer forma racista de ser. Até mesmo um vocábulo como criado-mudo.

E nós, os Criados Mudos, que deixemos de ser mudos, antes que nos cortem o direito ao grito.

Tempo de Leitura: 2 min
Linguístico

Esperas, Longas ou Curtas, a Vida é Cheia Delas

5 de maio de 2018 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Costuma-se ouvir que a maioria das pessoas não sabem esperar. Essa afirmação é bastante contraditória. O que mais fizemos em nossas vidas é esperar.

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