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Ditos e Não Ditos - By Martinha de Fátima Borba
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Cala Boca Não Morreu

ROUBARAM-NOS

4 de outubro de 2019 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Outubro é mês que se comemora o dia das crianças e o dia da professora e do professor.

Outubro rosa. Destinado ao debate sobre a prevenção ao câncer de mama.

Tudo válido.

Porém….vou gritar: – Mercado consumista! Deixe em paz nossas crianças. Deixe em paz nossas professoras e professores. Deixe em paz nossas mulheres.

Meu interlocutor pode estranhar esse posicionamento.

Abaixo a hipocrisia.

O mercado ávido pelo lucro destina sua publicidade enaltecendo as datas. Idealizando um mundo mágico para as crianças e um mundo mascarado para as mulheres.

Homenagens são bem vindas. São merecedoras as crianças , as professoras, os professores. Não pelo mercado  consumista, ávido pelo lucro.

Vou começar a reflexão pelo OUTUBRO ROSA.

Lojas, supermercados, bancos, hospitais, clínicas, prédios públicos  iluminados de cor de rosa … por toda  parte fitinhas cor de rosa, balões cor de rosa  lembram a campanha da prevenção ao câncer de mama. Válido? É.

Só não é válido  para  as mulheres que estão numa fila de espera para realizar  o exame, porque hospitais públicos  tem a demanda maior do que os aparelhos que dispõem para atender mulheres do sistema único de saúde.

Não adianta Outubro Rosa se o financiamento do SUS está ameaçado. A existência do SUS está ameaçada. O atual governo federal já manifestou esse desejo. Já efetivou cancelamento de muitos atendimentos, reduziu outros tantos…

Mas a campanha está válida. Muito válida para as clínicas particulares. Agendas lotadas. Parece que se não se realiza o exame no mês de outubro não haverá novembro. A publicidade cumprindo seu papel. Conscientização? Ou negociação da saúde?

Outubro, mês do professor e da professora. Tribuna de políticos sendo usada para enaltecer o trabalho nobre dos professores brasileiros. Hipocrisia total. Já o mercado, nem lembra da categoria, não há promoção de carros para o dia do professor (hic)

Salários cada vez mais defasados . Parcelados. Término dos planos de carreira. Tentativas de silenciar o pensamento crítico. Trabalhar até morrer pela nova previdência. Uma profissão de risco. Em risco.

Homenagem só se aceita por parte dos estudantes . Recentemente autoridade do MEC prometeu caça aos professores. Isso mesmo caça. Ele deveria ser cassado. Se  a sociedade de fato nos  defendesse não exitaria em pedir sua demissão. Não queremos homenagens . Queremos nossa profissão, roubaram-na. Com ela, nossa dignidade.

Outubro, mês da criança. E o mercado consumista tem ai uma presa fácil.

O noticiário da economia avalia que a data 12 de outubro só perde em volume de vendas apenas para o natal. Os anúncios publicitários apresentam uma infância feliz.

Como na festa natalina, para milhares de crianças brasileiras 12 de outubro é mais uma data para demarcar um lugar nessa sociedade injusta, o lugar da exclusão.

Infelizmente, ÁGATAS não puderam se excluir da linha de tiro dos fuzis .

Senhores da governança deste Brasil, devolvam a infância plena de direitos.

Principalmente o direito de viver.

O direito de uma vida colorida. Rosa. Azul. Amarela. O arco-íris todo .

Por fim, lembro o poema de Bertolt Brechet : NÃO QUEREMOS O PEDAÇO DE PÃO, QUEREMOS O PÃO INTEIRO. NÃO QUEREMOS O REMENDO, QUEREMOS O CASACO..

Roubaram-nos.

Tempo de Leitura: 2 min
Cala Boca Não Morreu

Andorinha, batedora do verão.

7 de agosto de 2019 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Hoje é um daqueles dias na política brasileira que deveria não ter ocorrido.

Efetivaram a maior fakenews. Aprovaram a reforma previdenciária que leva a massa trabalhadora de volta ao tronco. Da senzala , nunca saímos. É fakenews porque anunciaram, propagaram que com essa reforma o mais pobre será beneficiado. O emprego será pleno. O desenvolvimento será retomado…é bom para o Brasil. Pátria amada,” bRAzIl.”

Só não é fakenews milhões de brasileiros e brasileiras que serão obrigadas a colaborar com os cofres cheios dos ricos, para que mais cheios fiquem.

Não é fakenews aquela trabalhadora que trabalha 12 horas. Acorda de madrugada. Pega de duas a três conduções para chegar ao trabalho. Sua tripla jornada ampliada, não lhe dará o direito de conhecer e viver uma vida sem derramar tanto suor.

Não é fakenews aquele trabalhador da roça, da construção civil, das furnas, dos mares…de vida dura, que aos quarenta anos de vida já perdeu sua saúde…

Também não é fakenews que a Casa Grande ficou de fora das reformas ” tão boas” para a senzala. Por que será?

Homens feitores de chicote numa mão, outra no bolso, açoitam sem piedade milhões de brasileiros .

Homens feitores choram. Hipocritamente choram.

Homens pastores aplaudem. Hipocritamente abençoam. Malditos sejam!

Homens mídias vendem a fakenews maldita.

Mas hoje, o dia foi ensolarado, lindamente ensolarado.

E apesar da dentadura de cento e cinquenta e sete mil reais de um falso messias, pago pelo pessoal da senzala,…uma andorinha batedora do verão me visitou.

Anunciou  o amanhã de verão .                                                                                                          Quiçá seja o anúncio de que no próximo verão, todos da senzala estejam com dentadura nova.

E a andorinha é real.

Tempo de Leitura: 1 min
Cala Boca Não Morreu

PRECONCEITOS ? SAÍRAM DO ARMÁRIO.

30 de julho de 2019 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Outro dia, ouvi de uma ativista dos Direitos Humanos, uma importante declaração : ” Não são as pessoas que estão saindo do armário, são os preconceitos.”

O fenômeno é mundial. E o  atual cenário brasileiro o ratifica.

As estatísticas, as notícias, as posturas preconceituosas de um número alarmante de pessoas revelam isso.

O feminicídio , no Brasil, que é o homicídio cometido contra mulheres, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero tomou conta dos noticiários da polícia.

O número de mulheres perseguidas, violentadas, assassinadas é gritante. O  ódio saiu do armário. A intolerância saiu do armário. O machismo saiu do armário.

A lista de sentimentos preconceituosos que brotam dos armários assusta.

No cenário político polarizado , assusta posturas de governantes , que publicamente

defendem ideias homofóbicas, machistas, de intolerância religiosa, de origem geográfica e de lugar, essas ideias “oficializadas” se alastram como pólvora ,  revelando a face   cruel da sociedade brasileira, formada pelo genocídio dos nativos dessa terra e da escravidão que a formaram.

Tenho a sensação de que há qualquer momento, diante de mim, uma porta de armário se abra e, dele, salte uma ação violenta movida por um preconceito liberto.

Há argumentos que legitimam as ações violentas advindas dos preconceitos, mesmo indefensáveis. Indefensáveis ? Somente pela parte da sociedade que continua na luta empática pelo direito do “outro” viver conforme seus desejos, suas escolhas, ou até mesmo viver onde não teve escolha.

Por fim, um dos preconceitos mais marcante, recentemente solto do armário da autoridade máxima desse país foi o etnocentrismo. Uma tendência que se tem de considerar a própria cultura como parâmetro para medir e julgar as outras culturas, quase sempre considerando nossos padrões culturais  como superiores ou como modelos que devem ser generalizados universalmente. SOMOS TODOS PARAIBANOS. Adjetivo pátrio correto.

Cadeados. Chaves. Urgentemente nos armários dos preconceituosos!!!!

 

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