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Ditos e Não Ditos - By Martinha de Fátima Borba
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Sabiá sabe assobiar. Sábio? Sabido? Sabedor?

25 de outubro de 2021 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Hoje, é a última segunda feira do mês de outubro. Ano 2021.

Lindo dia. Ensolarado. Período das primaveras.

Primaveras. É além da estação denominada Primavera.

Primaveras a que me reporto é o fato de sermos resilientes.

Recebemos cortes mas continuamos brotando. Igual à planta primavera, quanto mais a cortamos mais ela brota linda e  viçosa.

Somos primaveras. Produzimos flores e frutos.

Pena que aprendemos armazenar, vender, exportar. Tudo. Quase tudo.

Quase tudo, porque pelas terras  do imperador ficam as patas galináceas e os ossos. Ossos !!!! Nem esses somos capazes de compartilhar. Vendemos.

A colheita dos frutos da terra, como ela própria, deveria ser compartilhada. Não é. Há cerca de arame farpado por todos os lados.

Mas apesar das cercas, dos muros que os humanos aprenderam edificar para separar, para segregar, há sempre quem solta o grito. E anuncia outros caminhos. Brotamos. O pássaro sabiá  sabe disso.

E as primaveras vão acontecendo. Primeiro como esperança.  Depois  em sonhos realizados. Sempre BROTAMOS. Só não podemos esquecer de espalhar as sementes. Boas sementes para bons frutos.

O pássaro sabiá sabe disso.

Nesta linda manhã primaveril, fiquei por longo tempo ouvindo o canto do sabiá,  o pássaro que canta o amor pela primavera, já foi inspiração de muitos  poetas, entre eles, Gonçalves  Dias na Canção do Exílio, inspiração para a canção Sua majestade, o sabiá de Roberta Miranda e hoje, é a inspiração desse post.

O sabiá é uma paixão nacional. Recebe  diferentes nomes conforme o estado brasileiro, aqui no sul é sabiá -laranjeira.

Ele é nativo da Argentina, da Bolívia.do Paraguai e do Uruguai. É um pássaro latino. Macho e fêmea cantam. O macho para encantar sua amada. A fêmea para anunciar que as flores chegaram e  logo virão os frutos. E que há filhotes a caminho.

Ambos cuidam de sua família.

O som de seus trinados parece muito com o som de flauta doce. Porém, são bons compositores e que dependendo da linhagem geográfica seus cantos são diferentes. Nenhum pássaro da espécie canta exatamente como o outro.

Nenhum canto igual. Mas a intenção é a mesma.

Fiquei pensando nos travas- língua : o sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar e também: sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.

Quem somos ?

Sábios ?  Sabidos? Sabedores ?

O sabiá sabe assobiar. Sei, que ele, é sábio.

E nós ? Quando vamos aprender assobiar com a mesma intenção?

#américalatinalivre   Um canto antigo da linhagem latina.

 

 

 

 

 

 

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Dizer é diferente de falar.

9 de outubro de 2021 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

“Não calar nunca, nem fazer calar” foi o lema da minha turma de formandos do curso de Letras, no ano de 1984.

1884, o ano das diretas já!! O Brasil buscava sair do braço forte da ditadura militar.

Foi um movimento popular. Teve a duração de março de 1983 até abril de 1984. Um movimento que buscou a retomada das eleições diretas para presidente do país.

A eleição direta foi carro chefe do movimento. Mas se queria muito mais que a eleição, porque eleição não é garantia de democracia. A história vem provando isso. Havia o desejo de dizer.

As décadas de 80 e 90 foram as décadas da  luta pela liberdade de expressão. Anos de muita criatividade na arte, na música, na literatura.Ops! Não nos enganemos. A supremacia branca, por exemplo, perdurou. Ainda muitas vozes de brasileiros e brasileiras continuaram caladas. Sufocadas…muita  luta pelos direitos, entre eles, o direito de  dizer.

Dizer é diferente de falar. Falar todos falam, de alguma maneira falam.

Dizer requer um sujeito histórico. Que utilize os códigos da língua, transforme -os em linguagem que por sua vez se forme através do pensamento, que depende do lugar onde está o sujeito. Vai dizer conforme sua  formação histórica.Recordo um pensamento de MIKHAIL BAKHTIN ‘ o que ocorre, de fato, é que , quando me  olho no espelho, em meus olhos olham olhos alheios; quando me olho no espelho não vejo o mundo com meus próprios olhos desde o meu interior; vejo a mim mesmo com os olhos do mundo – estou possuído pelo outro..” DIZER, portanto não é uma ação individual, embora pareça. Observo que:

Se a formação do sujeito for libertadora, o dizer será de paz e de justiça.

Se a formação do sujeito for autoritária, o dizer será certamente de preconceito e de ódio. Todavia,todo dizer jamais será um dizer neutro. Pois conforme Bakhtin o signo é ideológico.

Hoje, com o advento dos canais digitais, o dizer democratizou-se.

Ao mesmo tempo que a comunicação ficou linear, o dizer ocupou um lugar que metaforicamente se assemelha a uma pedra solta na beira de um abismo. O dizer ficou perigoso por demais.

Se ele sempre teve como premissas a responsabilidade e o compromisso com a verdade , agora então se o sujeito histórico quiser um lugar para se auto afirmar no seu direito de dizer , precisa deixar de ser papagaio repetidor , ou melhor parar de ser ” a tia do zap”     responsável pelo compartilhamento de grande parte de fake news, o que não deixa de ser a falação a que me refiro aqui. DIZER, requer antes de mais nada respeito.

Concluo, com a remissão ao lema de 84. não calar jamais, nem fazer calar, sugiro  no contexto atual, calar sim!! Se for para negar a ciência, não diga nada. Esse dizer é apenas uma fala ao vento.                                  Mas não será necessário calar nem fazer calar, se teu dizer vier recheado de bem querer ao outro…

markusspiske / 

 

 

 

 

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“Se as flores se misturam nos canteiros…os ideais também podem se misturar”

1 de outubro de 2021 by Marta de Fátima Borba 3 Comentários

ilyessuti

Ao cuidar de meu jardim, contemplei a mistura natural das plantas, algumas ostentando seus tons de verde, outras florindo com diferentes matizes, disputam espaço para brilhar, mas uma não abafa a outra . Todas acham um jeitinho de aparecer aos olhos dos passantes.

Ao pensar sobre as flores do meu jardim e, como elas “se comportam” nos canteiros, atraí para meus pensamentos a música de Marie Gabriella, composição de Leandro de Abreu Moreira, que chegou até mim através de um grupo terapêutico.

Acredito muito que o pensamento é imã para tudo o que nos acontece .

Alguns atribuem à inteligencia artificial esses eventos correlatos e simultâneos que ocorrem conosco. Já outros atribuem à física quântica. Seja o que for que   os leitores credenciem para o evento que ocorreu comigo, pensar no canteiro de flores misturadas e em seguida chegar a mensagem com a música de Marie Gabriella que se intitula Gratidão- eu agradeço, é válido.

Eis alguns versos:

Se as flores se misturam nos canteiros

Os ideais podem também se misturar

Se as cores se complementam nos desenhos

As diferenças podem se complementar…

É de tolerância o tema dos versos acima. E de respeito também.

No Brasil do momento, no seu enorme canteiro parece que os espinhos estão predominantes .

Eu sei. Sempre existiram. Para mostrar que há lugar para todos os diferentes.

Mas não ao ponto de sufocar os brotos, as flores e os frutos.

Quando um mandatário maior de uma nação diz preferir fuzil a feijão, as plantas tendem a secar.

Se o fuzil é prioridade, os brotos não vingarão.

Fuzis, igualmente a espinhos, não podem ser prioridades.

Ambos abafam o broto da vida.

O primeiro extermina. O segundo traz o alerta: viver é perigoso.

Entre fuzis, espinhos há brotos, flores e frutos.

Há quem opte pelo primeiro grupo. E ache normal um menino manusear um fuzil.

Felizmente, há muitos jardins com brotos, flores e frutos. Eu opto por esse segundo grupo. Finalizo com outros versos da canção:

“Não há melhor, não há grande nem pequeno

o que há é muito o que trabalhar

cada um fazendo o seu direito

só alegria e beleza vão brotar.”

FLORES SIM!!! ARMAS NÃO !!! Que os ideais promotores da paz se misturem.

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