Vem ai o mês das mães. Dedicado às mulheres mães. Então é mês dedicado a todas as mulheres. Porque todas nós somos mães de filhos e filhas pelo mundo afora. Toda mulher viveu esse papel em algum momento , mesmo que não tenha passado pela gestação e parto.
É mês da mãe, mamãe, mama, maezinha e da mãinha!!!!
Mãinha soa tão lindo pelos filhos habitantes da região nordeste do Brasil.
Na palavra mãinha, o sufixo inha não denota apenas o sentido diminutivo. São sentidos diversos. De carinho. De amor. De gratidão, sobretudo.
A palavra mãinha soa como o sinônimo mais genuíno de respeito e admiração.
O filho e a filha que assim denominam suas genitoras, dificilmente seus nomes circulam nas narrativas de violência doméstica. A mãinha é a deusa em suas vidas.
Observo entrevistas de filhos, famosos ou não, da região nordeste do Brasil, ao agradecer pessoas por eventuais conquistas na vida, a primeira a ser ovacionada é a mãinha. Dá um orgulho danado dessa mulher mãinha.
Quem é essa mulher mãinha?
A palavra pode ser um neologismo do regionalismo nordestino. Mas com sentido grandioso que ultrapassa qualquer gramática de fala. É mais que um vocativo do uso da linguagem popular. É adjetivo para a mulher de garra, de persistência, de valentia, de sofrência, de amorosidade, de sororidade…É também substantivo comum, concreto.
Mãinha é rocha. Mãinha é areia.
Rocha quando se faz necessário firmeza na educação da prole. Areia, quando ensina sobre as fragilidades da dimensão humana, principalmente quando é mãinha solo.
E como há mãinha solo nesse Brasil!! 37 por cento das mães brasileiras são mães solo.
É mãinha solo quando o companheiro a abandona ou ela sabe que é melhor seguir na vida de forma solo, do que não ficar viva.
É totalmente mãinha solo quando o estado não proporciona políticas públicas para atendê-la em seus direitos básicos.
É mãinha solo quando lhe é negado pelo sistema patriarcal, o direito de ser o que quiser ser. Inclusive em não querer ser mãinha.
Para as mãinhas que já viraram estrelinhas muita luz! Para as mãinhas que estão nesse plano, na luta diária para criar seus filhos, principalmente àquelas que dormem com fome,àquelas que estão no escuro dos bunkers no território bélico desejo toda a energia boa do universo.
O universo é das mãinhas. Sinto-me assim.
Um dia ainda haverão de me chamar por esse codinome.

Couleur /
Compartilhe

