No início desde ano, encontrei o Livro Microfísica do Poder, de Michel Foucault , sobre a mesa da sala dos professores, era a leitura de um acadêmico de filosofia, colega estagiário na escola. Despertou-me o desejo de revisitar a obra. Preparava-me para o ano de disputas de poder.
Penso que o meu primeiro ensinamento teórico sobre poder veio de meu pai, homem de poucas letras, mas de sábias leituras sobre o poder do mundo. Eis a teoria que circula por ai, até hoje, inclusive nas redes sociais. Vejo mães e pais compartilhando posts com a teoria e marcando filhos. Mesma técnica de meu pai.
Ei-la.
Estude porque conhecimento é poder.
Estude porque nunca poderão tirar isso de você.
Estude porque você quer conhecer mais.
Estude para se tornar melhor.
Estude porque assim você cresce.
Estude porque conhecimento é liberdade.
Ao longo de minha caminhada de estudante e de leitora que me constitui, essa teoria vinda do mundo de senso comum, foi teoria fundadora para compreender a abordagem das relações e exercícios do poder, nas mais variadas instâncias e espaços que o livro Microfísica do Poder faz.
Estamos vivendo intensamente relações de poder fragmentado, disseminadas por todos os setores da sociedade.
Às vezes, nos deparamos dentro do local de trabalho com o poder, que parece estar no lugar trocado, porque um subalterno determina mais do que um superior. Apoderou-se de um lugar que não seria seu por direito, mas como o poder se constitui nas e pelas relações, se fragmenta e se espalha.
Há quem afirme que o poder fragmentado se tornou mais perigoso do que o poder do Leviatã do Estado forte.
Um olhar mais criterioso, ao evento das eleições a presidente da República Brasileira, elucida a afirmação de que o poder fragmentado é tão ou igual perigoso ao poder totalitário.
Poder do Leviatã se consolida por relações de micro poder que por sua vez vai ratificando

geralt /
esse macro poder.
O discurso de ódio, de intolerância foi se tornando discurso de poder. Foi-se fragmentando em diferentes grupos sociais. Alastrando-se feito pólvora pelas redes sociais. E o poder ficou por todos os lados.
Há quem esteja em estado de sítio.
Ainda bem que meu pai incutiu-me a ideia de que conhecimento é poder. Que conhecimento é liberdade. Mesmo cercado por todos os lados pelo poder, eu posso respirar e pensar.
“O pulso ainda pulsa”. Insisto. E na leitura do livro Microfísica do Poder.
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