Neste novembro de 2021, na minha cidade, é o ano de eleições para escolha de diretores ou diretoras das escolas municipais.

Nem sempre foi assim. A escolha das direções escolares acompanha o processo democrático do Brasil pós golpe militar.

Passamos por “interventores”, nome dado a diretores indicados pelos prefeitos. A denominação remete ao bom e velho regime ditatorial .

Pois bem, o contexto histórico está novamente propicio às tais intervenções. Portanto, zelar pelas relações democráticas e mais, praticá-las é mais que dever de todos que amam a liberdade de expressão. Ainda mais, sendo professores.

Pois bem. Transcorria o dia da eleição. Recebia, via redes sociais, a propaganda do plano de governo de inúmeras candidatas. Que bom! A democracia correndo o mundo…

Já, nos bastidores …a corrida da democracia perdia velocidade. Numa conversa, com uma colega sobre o pleito , fiz a seguinte observação: _ Brasília é aqui!

( risos )

O poder? Ah, o poder!!!

Ele se constitui pelo micro poder.

Sustentamos e aguentamos o macro poder político concentrado na capital do Brasil pelos microspoderes .

Disfarçados muitas vezes por falsa democracia, aquela que se apregoa somente pela palavra e com ausência da ação.

Observa-se em eleições para diretorias de escolas, sindicatos, associações representantes de trabalhadores ou de patrões as mesmas práticas de pleitos para executivo, legislativo, judiciário.

Discurso ético. Prática anti-ética.

Discurso de igualdade. Prática desigual.

Discurso de liberdade de expressão. Prática de cabresto.

Discurso anti racista. Prática racista.

( …)

Mesmo assim, vamos à luta. Ratificando a democracia. Pode ser pela eleição, sim.

Só penso que os anarquistas tem razão quando propõem a divisão de poderes:

– que a representação se dê  pela liberdade compartilhada e não pela liberdade decretada

– que haja redes de relações voluntárias e não lugar da subserviência, da submissão do individuo ao poder

Assim, as relações de poder nos segmentos escolares poderiam ser ótimos exemplos para “o gran poder”, no nosso caso, para aquela capital que edifica a praça dos três poderes.

Quiça, na democracia haja avanço, não retrocesso. As escolas poderiam fundar um novo jeito de ensinar e aprender.

A gestão poderia ser compartilhada entre os segmentos escolares com representatividade, não só para eleger o diretor, como é atualmente.

O micro poder do povo aos poucos *roendo “o gran poder”.

Isso pode ser currículo escolar.

 

 

 

 

 

 

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Escrito por Marta de Fátima Borba
Seguir meu coração foi minha melhor escolha. Sou corajosa. Quero melhorar a cada dia, porque sei que não estou pronta. Preciso evoluir. O que faço ou aquilo que me acontece, tem o poder de mudar meu humor, mas como vou reagir a isso, eu decido de maneira consciente!