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Ditos e Não Ditos - By Martinha de Fátima Borba
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Cala Boca Não Morreu•Sem categoria

A era do desapego

26 de dezembro de 2021 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Lembrei, hoje, por conta da data natalina,o quarto mandamento  do catolicismo: honrar pai e mãe. Um ensinamento. Nem sempre um aprendizado.

Honra é uma palavra carregadinha de sentidos. Cheia de sentimentos. Nela cabe respeito, admiração, gratidão, reconhecimento, amizade, amor.

Aos pais cabe exercitar a honradez para que os filhos herdem sentimentos edificantes. No entanto, nem sempre é possível. Há pais que se perdem nesse ensinamento. Há filhos que fogem do aprendizado.

Escrevo sobre honrar pai e mãe, porque terapeutas da vez, os da teologia da prosperidade, propagam a máxima de que” nossos pais, avós, antepassados, todos nos passaram crenças limitantes.

Após essa afirmação, vem logo uma frase com um sentido de desculpas, mas olha era o que eles compreendiam naquele momento, é preciso ler o contexto atual. Fazer diferente. Pensar diferente.Trocar a mentalidade. Ok. Até ai tudo bem.

O ruim é que vão além. Se for preciso se afaste. Desapegue.

Claro, depois de criados. Fica fácil se afastar dos pais. Desapegar.

É a lógica do mercado: desapegar.

Desapegar foi parar nas sessões de terapia. Vale para tudo. Não acumular objetos, roupas, sapatos, bolsas….e gente. Gente!!!

De tanto desapego, há multidões vivendo na solidão.

Com tantos apelos pelo tal de desapego que a tarefa se tornou fácil.

Fácil para filhos.

Nunca para os pais.

Jamais para a mãe.

 

 

Tempo de Leitura: 1 min
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Os enunciados mais usados nas redes sociais : meus sentimentos, sinto muito, paz e luz, meu abraço fraterno…gratidão…parabéns!!!

4 de dezembro de 2021 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Há relutância em escrever sobre um tema que é muito caro para todos: a morte. Mas é um tema necessário. Falar e escrever sobre a morte é assunto que circula em todas as redes sociais, sejam elas online ou presencial.

A pandemia potencializou essa temática.

Agora, com a chegada do natal e  final de ano, a morte de entes queridos deixa de ser uma ideia, a morte se materializa.

Sim, se materializa. Na ausência de alguns na mesa posta para ceia. Na carga de sentimentos como saudade, recordação, arrependimento, compaixão, apego, paz, amor, alegria, tristeza, compreensão, tolerância, intolerância, solidariedade, medo, angústia, ansiedade,piedade,ressentimentos, perdão, raiva, ódio,compaixão,  gratidão…

Essa lista de sentimentos é infinita porque se trata das vivências terrenas. Caro leitor(a), o acréscimo de sentimentos fica por conta do que se leva no coração e na alma. Depende de sua postura no mundo. De sua religiosidade ou de seu ateísmo. Do crescimento espiritual e intelectual. De seu posicionamento político. De sua classe social.  De sua dimensão humanista ou não… A lista é cheia de antíteses. Porque vida e morte é a antítese mais verdadeira que existe.

Vejo amigos e amigas vivendo essa antítese de várias formas.Eu também. Há quem perceba a morte como processo da própria existência dos seres nesse plano. Para esses, a morte é um até logo.  E , há aqueles que compreendem a morte como perda. Ambos, diante do inevitável fato, sentem ao seu modo.  A dor do adeus ou do até logo não se mede.

Sabedores disso é que a corrente do “meus sentimentos”, “sinto muito”, “paz e luz” , “abraço fraterno” e “gratidão” se intensificou. A morte, provocada pelo vírus mundial e letal, despertou muito isso. Há um sentimento de injustiça que circula nesse evento, devido principalmente pelas desigualdades econômicas dos povos. A humanidade tende a se materializar, pois nos descobrimos o quanto de desumanidade carregamos . É uma tendência. Que bom.

A melhor atitude notada nos últimos tempos, em relação à antítese VIDA x MORTE , é o exercício da gratidão. E não é aquela palavra ao vento, dita de qual quer forma, é sentimento verdadeiro a quem fez a passagem. O melhor conforto é pensar no ente querido com o coração grato em ter a a oportunidade de conviver. Acertar e errar. Aprender ou não. Amar ou não.                                                                                  Portanto, celebremos a vida! Qualquer vida. De todos os seres vivos de nossa convivência.

Para finalizar esse post de forma carinhosa, diante de um tema não tão” leve”como a morte, resgato um fato ocorrido com uma prima.

Por ocasião da morte de parente de uma amiga, ela foi ao velório. Como o falecido não fazia parte de seu convívio, sequer o conhecia, tampouco seus familiares, exceto sua amiga,sua mente não estava focada no passamento, ao chegar na sala mortuária se dirigiu a pessoa que estava próximo ao caixão, estendeu a mão para o cumprimento e soltou um sonoro: PARABÉNS!!

Constrangimento total.

Hilário o fato. Mas trago a reflexão: – Por que não dizer parabéns?

Afinal, a vida merece um  p a r a b é n s.

 

 

Tempo de Leitura: 2 min
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A caneta e a enxada. Sou enxada. Sou caneta.

29 de novembro de 2021 by Marta de Fátima Borba 1 comentário

Há uma letra de música,sertaneja de raiz ,com o nome A caneta e a enxada. Composição de Zico e Zeca e musicada por Lourenço e Lourival. Eis a letra:

“Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão

Encontrou-se com a enxada, fazendo uma plantação.

A enxada muito humilde, foi lhe fazer saudação.

mas  a caneta soberba não quis pegar na sua mão

E ainda por desaforo lhe passou uma repreensão.

Disse a caneta pra a enxada não vem perto de mim, não

Você está suja de terra, de terra suja do chão

Sabe com quem está falando, veja sua posição

E não se esqueça a distância da nossa separação

Eu sou a caneta dourada que escreve nos tabelião

Eu escrevo pros governos a lei da constituição.

Escrevi em papel de linho, pros ricaços e pros barão

Só ando nas mãos dos mestres, dos homens de posição.

A enxada respondeu: de fato eu vivo no chão,

Pra poder dar o que comer e vestir o seu patrão

Eu vim no mundo primeiro, quase no tempo de Adão

Se não fosse o meu sustento ninguém tinha instrução.

Vai- te caneta orgulhosa, vergonha da geração

A tua alta nobreza não passa de pretensão

Você que escreve tudo, tem uma coisa que não

É a palavra bonita que se chama educação!!!”

Que canção carregadinha de verdades! Recordei um fato que vivi nos tempos da faculdade.

Um colega observou as palmas de minhas mãos e, perguntou-me:

_ Por que a palma de tuas mãos são amarelas?

Por uns instantes, fiquei calada. Tive o ímpeto de esconder as mãos. Não adiantaria.

Envergonhada, respondi cabisbaixa: – Deve ser porque corto gramas…

Não revelei que a palma de minha mão estava amarelada, porque sarava dos calos deixados pelo cabo da enxada. Neguei minha condição de roceira.

Estávamos numa roda de conversa no Diretório Central de Estudantes. Ali, estavam acadêmicos dos cursos de Engenharia, de Agronomia, de Direito, colegas do curso de Letras…eu era, ali, a enxada, eles, a caneta.

Hoje, eu responderia ao colega: Eu sou roceira!

Mas naquela época, eu queria ser caneta.

A soberba negou a minha condição de enxada.

Eu ainda não tinha escrito a palavra bonita: educação.

Quarenta anos  após esse encontro , posso dizer que sou um mix de enxada e caneta.

A enxada me ajudou ser caneta. Agora, elas vivem em harmonia.

Escreveram e inscreveram, juntas, na trilha de minha vida, a palavra bonita E D U C A Ç Ã O.

 

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