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Ditos e Não Ditos - By Martinha de Fátima Borba
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Carpe Diem•Sem categoria

DENTRO DE CASA

23 de março de 2020 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

As palavras se reinventam conforme o pensamento, o sentimento e ação dos sujeitos históricos que somos

2020 será o ano do reinventar.

O ano começou e foi preciso dar one stand . (uma parada).

A expressão  one stand  pode ser traduzida como parada, pausa, descanso, resistência, defesa, lugar, posição, suporte. Tem o verbo stood que significa levantar, ficar de pé, resistir, aguentar, entrar em lista de espera.

Meus leitores, escolhi a expressão da língua inglesa porque esse post tem na sua linha discursiva o cenário mundial.

O prefixo re que aparece em muitos verbos da língua portuguesa está na moda.

E não sairá tão cedo do discurso dos sujeitos.

O verbo mais usado nos últimos dias, diante da pandemia do corona vírus é o reinventar.

A ordem é reinventar um jeito de continuar vivos.

O mundo em quarentena. As cidades, na sua grande maioria, parecem cidades fantasma.

Dentro de casa. Stop na correria consumista. Stop na correria especulativa. A bolsa de valores fechou. A única vez que fechou foi em 1927…  tapa na cara: pleft no capital explorador…

Dentro de casa. Mas não é simples volta pra casa. A casa planeta estava prestes a ruir.

Chegada a hora de fechar um pouco suas portas.

Diminuir a emissão de gases na atmosfera. Pararam os carros. Aviões. Navios. Metrôs……O dia que a terra parou…grande Raul SEIXAS.

Errou ele. Não está sendo um dia apenas. Muitos dias de portas fechadas.

Mãe Terra ordenou: STOP. Quero respirar melhor.

Dentro de casa. Praias livres de bitucas de cigarros enterradas na areia, ato que é feito de forma disfarçada quando ninguém está olhando. Mas a mãe terra recebeu tantos presentes nefastos que deu one stand.

Praias livres para os golfinhos chegarem bem pertinho da faixa de areia…para os siris com seus olhinhos esbugalhados espiarem  a vontade e correrem livres junto com as tartaruguinhas. Livres da patas do animal humano feio e feroz.

Animal humano feio e feroz ,agora, recuado por um inimigo criado por ele,um inimigo invisível que está forçando recuar e ficar fechado. STOP para esse excesso de humanidade. Burra. Insensível.

Dentro de casa. Refazendo. Reconstruindo jeitos. Ressignificando  sentimentos.

Dentro de casa, foi o jeito que a matriz divina achou para reconstruir o planeta terra, uma das suas maiores criações.

Dentro de casa, o humano feio e feroz precisa refazer as lições.

Dentro de casa relendo sua própria história.

Dentro de casa relendo textos como esse :Isaías 26,20,Vem, povo meu, entra nas tuas casas, e fecha as tuas portas sobre ti,esconde-te só por um momento, até que passe a praga .

Dentro de casa ouvindo uma música de sucesso atual “Quem beijou, beijou, agora não beija mais…quem pegou, pegou, agora não pega mais…

Dentro de casa. Conectados pelas redes sociais. Distanciados fisicamente. Era isso que mais acontecia dentro das casas. Agora, estamos juntos e separados. Um bichinho invisível nos separou.

Antes da pandemia do novo corona vírus , dentro e fora de nossas casas sempre existiu pandemia sem mídia. Mas semelhante. A pandemia do capital  explorador e gerador de preconceitos de egoísmo, de ódio, de intolerância, de arrogância…

Dentro e fora de nossas casas esse vírus do capital continua resistente.

Não se mexe nas grandes riquezas e lucros. Ataca quem tem pouco ou nada.

Dentro de casa. Recomeçando. Por onde? Por dentro.

Dentro de casa. Dentro do casebre. Dentro da casinha. Dentro da mansão. Mas, sobretudo, dentro se si mesmo,

StockSnap / 

humano feio e feroz dê stop para tua maldade.

Entre, humano feio e feroz, no quartinho chamado coração e recomece por ai.

Tempo de Leitura: 3 min
Carpe Diem•Sem categoria

Qual é sua essência?

3 de março de 2020 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

Essência é a base. É o fundamento. É a raiz. É a  semente.  É  a parte que gera o todo.  É a divisão do átomo. Invisível, por vezes.

  • Qual é a sua essência mesmo? Agora que deixou de ser professora?                 Essa pergunta feita pelo terapeuta, foi como uma boa puxada de tapete.               Quem eu mesma sou? A perturbação me acompanhou por semanas.
  •  Até que uma bela recordação de minha infância, clareou minha travessia. Minha transição entre  a  situação ativa profissional para a situação de inativa.
  • RE- CORDA- (A)ÇÃO
  • A palavra recordação remete a rever; puxar a corda, o fio da meada das ações passadas.
  • Contei ao meu filho uma das experiências mais belas que tive na minha formação de leitora. Vivi minha infância na região rural. Num pequeno lugarejo. Poucos vizinhos. O armazém, também chamado de Bodega. A igreja católica. A usina hidrelétrica . A escola. Quando criança a achava enorme. Quando adulta, a reconheço como um prédio pequeno. No entanto, nunca deixou de ser “grandiosa de importância “na minha vida de leitora e …escriba!
  • Era 1968. ( o ano que não terminou… eita história do Brasil) Período forte da ditadura militar.
  • Mas em 1968, tinha oito anos. E apenas uma menina da roça , sem livros, pouquíssimos materiais de escola, como se denominavam os atuais materiais pedagógicos infinitos de hoje. Lembro que ganhava uma caixinha de lápis de cor com seis lápis, somente as cores primárias. Quando, finalmente , ganhei uma caixa de lápis de cor com doze unidades, foi uma alegria imensa. Com ela, meu primeiro caderno de desenho, sem linhas. Remete- me à lembrança até o cheiro daquele caderno.
  • Oito anos, 2º ano.  Poucos livros, ou nenhum. E não alfabetizada. Método fônico. Cartilha com pouquíssimos textos. Da turminha, eu e mais uma colega não conseguíamos juntar as letras e formar palavras. O que eram palavras?
  • Ah! As palavras. The  word… Essências.
  • Num determinado dia, a professora apresentou-nos um texto…enorme! Entrei em pânico diante de tantas letras…minha coleguinha Alvori também.
  • Veio a tarefa. Treinar a leitura. E até ao meio dia passar pelo exame de leitura. NÃO lembro de um tempo passar tão rápido na minha vida. Chegou minha vez do tal de exame.Éramos conduzidos à sala da coordenação.
  • Nessa sala, havia um birô de madeira com a tampa forrada com um plástico de florzinha, e o fundo azul. Plástico. Nada de papel contáctil ou envelopamentos de hoje. Na lateral, uma estante de livros. Feita com tijolos de quatro furos, cuidadosamente pintados de branco e sob eles tábuas também pintadas com o mesmo zelo. Formando três prateleiras. De livros. Não de pratos. (olha a palavra e sua essência) Cheinha de livros. Que tesouros.                                       Pra mim, naquela época, lugar de diferentes sentimentos: medo, susto, insegurança, mas de encanto. Tudo cheirava bem ali. Suave cheiro de talco. O perfume da professora, certamente.
  • Não li nada no exame. Só via um montão de letras na minha frente.
  • Alvori também voltou para a sala de aula com uma cara de fracassada.
  • Todos os colegas forma liberados. Menos eu e a Alvori.
  • E a professora profetizou:  Marta e Alvori ficam até apresentarem uma boa leitura do texto do exame.
  • Os colegas foram liberados. Era meio dia.
  • Alvori, que morava alguns quilômetros da escola,  vinha montado num belo cavalo. Começou argumentar fortemente :
  • __ Meu cavalo vai morrer de fome e de sede! Não posso ficar…
  • Ia até a janela e mostrava o cavalo amarrado numa árvore.
  • _  Veja, professora, ele não aguenta mais.
  • Irredutível, a professora saiu da sala e nos desafiou:  _ Quando voltar aqui, vocês duas, deverão ler o texto.
  • Começamos a decifração. E a fome pegando… e o medo de atrasar muito para retornar para casa. Como explicar o atraso?
  • Tentamos descobrir o que dizia no título. Deciframos. Pensa na alegria. Seríamos libertas.
  • O cavalo também. Beberia água. Comeria seu pasto livremente.
  • E nós? Alvori não sei. Mas eu descobri as palavras. Com elas, minha liberdade.
  • O texto era de Mário Quintana. O peixinho.
  • Choramos quando enfim, lemos e descobrimos com a ajuda da professora, é claro, que o peixinho morreu afogado.
  • Não aceitei o final da história. Como pode um peixinho morrer afogado!Bem mais tarde, compreendi que a literatura ficcional se mistura com a real. Como matam peixes!!!!
  • A inquietude sobre a morte do peixinho que morreu afogado moveu-me para desbravar as histórias que os livros contam. Fui liberada para casa, eu e a Alvori. E mais seu lindo cavalo.
  • Libertos. Eu para o mundo das palavras. Li  e reli todos os livros daquela enigmática estante de livros.
  • Aos poucos, fui conhecendo José de Alencar. Cecília Meireles. Olavo Bilac. José Mauro de Vasconcelos. Monteiro Lobato. Machado de Assis. Maria José Dupré.
  • Jorge Amado…Era de fato uma estante de luxo!!! A maior riqueza da minha infância e adolescência.
  • Décadas depois conheci Michel  Foucault, o historiador de ideias.
  • Reconheço-me pela a história da palavra e seus movimentos. EIS A MINHA ESSÊNCIA.
Tempo de Leitura: 4 min
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Um ciclo apenas se fecha ?

13 de fevereiro de 2020 by Marta de Fátima Borba Nenhum comentário

geralt 

Ouve-se falar muito em ciclos que se fecham, que se completam.

Os ciclos realmente se fecham?

Segundo o princípio da física quântica denominada Complementariedade onde ocorre as conexões,um ciclo está interligado a outro, como uma ponte para outro. Por isso não se fecha.

Que maravilha. Descobri isso a pouco. Tudo e todos interligados.Neste exato momento,há milhares de pensamentos e fatos semelhantes ocorrendo no universo de energias quânticas.

Da lagarta`a borboleta. Da borboleta à flor. A flor à terra. A terra ao sol…

Uma alegria a outra alegria…uma tristeza a outra tristeza…ou inverso disso..

Tudo e todos interligados pela força de mínimos pontinhos por vezes invisíveis ou na maioria das vezes invisíveis.

Somos o todo e ao mesmo tempo parte. Aprende-se ser parte para atingir o todo. Nesse caminho de ser parte, haveremos de fato fazer nossa parte. Não é  à toa que crescemos com o ensinamento  FAÇA SUA PARTE.

Que seria do  corpo sem as partes?

Cérebro e coração. Pulmão e rins. Sangue e veias. Esqueleto, carne e músculos.Corpo e espírito.

Pensamento e linguagem. Teoria e práxis. Sujeito e história.

Lugar e tempo. Aqui e agora. Bem e o mal. Luz e escuro. (…)

As antíteses da vida. Os paradoxos. Tudo interligado. Um ciclo dentro de outro.

Girando. Girando, sem ponto final. Nem a morte imprime o ponto final.

É  outro ciclo. Ainda incógnito.

 

 

 

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