Vou escrever na primeira pessoa do plural: NÓS! Por um princípio que norteia minha vida, que é a força do coletivo.

Não esqueceremos. Esquecer é verbo transitivo indireto, precede a preposição DE no complemento.

Lembrei me dos textos de Guimarães Rosa, quanto de forma proposital usava o verbo esperar sem complemento para que o leitor interagisse com o autor. “Havia velhos e velhas que esperavam.”( Conto Fita verde no cabelo)

Aqui, vou usar o verbo esquecer e convidar o leitor para participar da lista de complementos que julgar necessários a suas prioridades.

Não esqueceremos do assassinato de Mariéli  Franco, uma mulher negra, vereadora no Rio de Janeiro, uma voz para os esquecidos e  que seria uma liderança nacional logo ali.

Não esqueceremos da “boiada passou”  o fogo e o desmatamento da Amazônia aumentaram com chancela de um desgoverno.

Não esqueceremos da escolha de um ministro da economia banqueiro, especulador da alta do dólar em benefício próprio e causador da fome da mãe solo e de sua família.

Não esqueceremos dos negacionistas da ciência diante de uma pandemia avassaladora, como é a covid 19.

Não esqueceremos dos censores da filosofia, da sociologia e da história.

Não esqueceremos do gabinete do ódio com sede em Brasília, instalado dentro no Planalto.

Não esqueceremos da  predileção pelas armas e não aos livros.

Não esqueceremos da censura a filmes, a exposições de arte, à cátedra do professor, à voz do jornalista.

Não esqueceremos de atitudes e falas racistas, homofóbicas, misóginas…( as fraquejadas)!!!

Não esqueceremos da mudança na legislação do mercado regulador da segurança alimentar do país, abriu-se a porteira para o mercado externo e a consequência foi a alta nos preços dos alimentos .

Não esqueceremos do preço do gás. Da mãe que queimou a madeira da cama para fazer fogueira e cozinhar para alimentar a família.

Não esqueceremos da venda das plataformas de petróleo aos especuladores estrangeiros.

Não esqueceremos das crianças, que retornaram nos últimos quatro anos, vender balas no semáforo.

Não esqueceremos da reforma trabalhista, que retirou inúmeros direitos conquistados pela classe trabalhadora.

Não esqueceremos das tentativas de golpe,  propondo o fechamento do STF  e da apologia à ditadura militar.

Não esqueceremos do uso da palavra do livro sagrado para justificar maldades.

Não esqueceremos de que somos trabalhadores explorados. Não esqueceremos do lugar que ocupamos na pirâmide social. E, é  bom não esquecermos ou fingirmos ocupar outro lugar, sob pena de sermos co-atores de um futuro muito incerto para o Brasil.

Não esqueceremos o horror da guerra, como esqueceram alguns os ímpios dirigentes da Europa.

Não esqueceremos de…

Vocês complementam.

Acrescentem no carrinho da memória. Ela move a história.

 

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Escrito por Marta de Fátima Borba
Seguir meu coração foi minha melhor escolha. Sou corajosa. Quero melhorar a cada dia, porque sei que não estou pronta. Preciso evoluir. O que faço ou aquilo que me acontece, tem o poder de mudar meu humor, mas como vou reagir a isso, eu decido de maneira consciente!