Chamou me atenção uma postagem sobre metodologia usada na disposição de classes em sala de aula.A professora defendia o modelo em círculo. Onde todos os estudantes podem se olhar. Eis que um comentário de uma mulher, ex estudante, provocou a escrita deste post. Disse ela: – Nunca gostei do círculo de alunos. eu queria ficar invisível.

POR QUE MUITAS VEZES QUEREMOS FICAR INVISÍVEIS?

A sociedade se encarrega de criar mecanismos para tornar as pessoas invisíveis.

As desigualdades não aparecem porque as tornamos invisíveis propositalmente.Não “enxergamos” o coletor de lixo, o vigia do banco, o cego em frente à catedral…e na conjuntura atual, com um celular ou similar qualquer somos todos paradoxalmente vistos e não vistos.

O olho no olho é uma ação cada vez mais distante. As escolas falharam nesse ensinamento(minha análise). Há muito mais salas de aula dispostas em fileiras, onde o olho tem a visão da nuca, das costas, do esconder-se, é a forma como mandamos para o cérebro o comando para tornarmos invisíveis.No máximo, aprendemos a olhar de esguelha. Olhos tortos. Soslaio.Viés.

Talvez, resida aí, a falta de empatia pelo mundo afora. Quero ser invisível. Torno o outro também invisível. Uma forma egoísta de viver. Porque o outro, pode ser a esposa, o marido, os filhos, os vizinhos, os colegas de trabalho…a falta de saneamento da rua, de iluminação pública, do remédio no posto de saúde, da substituição da biblioteca por mais uma sala de aula, portanto a falta de investimento em educação, os animais abandonados nas ruas, homens e mulheres moradores de rua e abandonados…a poluição…os gastos públicos com altos salários, com obras abandonadas…não enxergamos,não visualizamos, ou melhor visualizamos mas não marcamos como mensagem vista.

A lista das coisas e de pessoas que se tornam invisíveis é infinita.

Há um lado bom em ser ou querer ser invisível?

Talvez.

No contexto político brasileiro, muitos forjaram novas formas de se tornarem invisíveis e fazer outros se tornarem . Alguns descobriram que basta pedir desculpas e continuarão sem serem vistos.

Por fim, ser invisível é doloroso. Estar invisível pode ser estratégia de sobrevivência.

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Escrito por Marta de Fátima Borba
Seguir meu coração foi minha melhor escolha. Sou corajosa. Quero melhorar a cada dia, porque sei que não estou pronta. Preciso evoluir. O que faço ou aquilo que me acontece, tem o poder de mudar meu humor, mas como vou reagir a isso, eu decido de maneira consciente!