“Deus não é Deus de fazer visita. Ele é Deus de fazer morada.”
Moro numa casa muito abençoada por Deus.
A pesar de cercada por muros altos, que não permitem a vista da rua nem de outras casas, o céu é a lona que cobre a casa e o pátio todo, num ângulo de 290 graus.
As nuvens de algodão amenizam os dias em que a solidão pesa, tudo parece flutuar. Nesses dias, a leveza das nuvens eleva minha alma e aquieta meu coração.
Mas esse post é para falar de pássaros.São muitos. Bem-te-vi, João de Barro, Andorinha, Pardal, Quero-Quero, Sabiá, Pica-Pau, Trinca Ferro, Gavião …habitam o mesmo teto de nuvens de algodão.
Por vezes pairam sob o mesmo teto que eu. Parecem pinturas de teto. Por outras vezes, pousam no muro, na palmeira. Alguns brevemente. Outros ousam aproveitar o pouso e me presentear com seus mais belos cantos.
Agora, estamos na estação das frutas. O sabiá agradece a colheita. Como canta!!!
Trinca-Ferro aparece pela manhã. Inaugura o dia do labor humano. Mesmo despercebido faz sua parte.
Pela tarde, a confraria dos pássaros é maior. Os cantos e as revoadas se alternam. Passam voando mais rápido ao final da tarde, anunciando a noite.
Parecem avaliar como foram os voos e as arriscadas pousadas em fios da rede elétrica, ou os rasantes desafiando agilidade de algum gato matreiro…é hora de se recolher, são livres para escolher onde passarão a noite.
Alguns ainda pousam rapidamente no muro. Parecem comunicar que não são minhas visitas.
Moram aqui comigo. Com a diferença que são mais livres.
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