Uma das coisas muito boas do nosso século é a liberdade do estilo de se vestir.

As roupas foram acompanhando a celeridade da vida moderna.Fomos nos libertando de espartilhos, anáguas, ceroulas e até o  uso obrigatório do chapéu…Vejam o caso do uso do brilho, roupas prateadas, douradas, antes usadas somente à noite e  para um público restrito, passaram a ser usadas em qualquer período do dia,por um público maior. É o caso dos brilhos. Eis como tudo na vida, há exageros. A história que conto nesse post , revela que a roupa é também um comportamento social.O encontro fora marcado pelas redes sociais. Como manda o bom senso da época, o encontro foi marcado no shopping, lugar público. É a tal de sensação de segurança de nossos tempos.

E a personagem  principal apareceu. Com um pouco de atraso. Coisa que ajudou a ser notado, quando se aproximou da mesa, em que estava a mulher , descrita previamente pela rede social. Ele não errou de mesa, como desejou ardentemente a intuição feminina.

Os olhares dos clientes da praça de alimentação, inevitavelmente se voltaram para a personagem.

Sim, era uma personagem, vindo diretamente de um baile , cujo traje social exigia black tie. O relógio marcava meio dia. Revelando a estranheza do personagem, do lugar e da hora.

Casaco preto. Camisa verde de tecido vibrante, brilhoso o que contrastava com a pele negra do personagem, de pequena estatura e, que o deixava ainda mais chamativo era um vaso de crisântemo branco, envolto em papel branco e rosa, que carregava cuidadosamente como se fosse um pequeno tesouro …

Aproximou-se da mesa. Sorridente, cumprimentou a princesa…ofertou a flor..

Ela não sabia para onde fixar seu olhar. Custava acreditar na visão que se apresentara a sua frente. O brilho da camisa verde ofuscava olhos e pensamentos…A flor, ah a flor!!! Matou de vez qualquer lampejo de romantismo, a remissão que vinha em sua mente, era do último velório que fora, e o defunto estava recoberto daquelas flores….

A forte sensação de que todos os olhares ainda estavam na cena inusitada para um shopping, não permitia que pensasse direito na situação, mesmo que todos já tivessem desviado o  olhar para seus pratos de fast food…

Demorou para perceber que havia um cartão entre as flores.

Ao lê-lo, observou a linda caligrafia. Aliada a ela, a comunicação do personagem não ficava a desejar. Boa  lábia. Boa pinta? Não, péssima. Contrariando a máxima!!!!

O que fazer ? Saídas femininas são acionadas muito rapidamente . Talvez pela habilidade que as mulheres possuem de avaliar o todo.Lembrou, imediatamente, de um compromisso inadiável , consulta ao dentista. Uma dor de dente insuportável.

O príncipe de black tie “sacou logo” que não agradou.

Nesse cenário, as flores ficaram pelo caminho. Coitadas, elas também não são atemporais a exemplo do casaco preto e a camisa verde de brilho intenso…

Só não é atemporal, o romantismo. Ah, as mulheres!!!! Ah, os homens!!!!

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Escrito por Marta de Fátima Borba
Seguir meu coração foi minha melhor escolha. Sou corajosa. Quero melhorar a cada dia, porque sei que não estou pronta. Preciso evoluir. O que faço ou aquilo que me acontece, tem o poder de mudar meu humor, mas como vou reagir a isso, eu decido de maneira consciente!