Nesses dias, observei o revoo de andorinhas. Voos rasantes. Uma amiga me disse “olha, as andorinhas acasalam no ar. É preciso fixar o olho para perceber isso. É quase impercebível.
Juro que me esforcei para visualizar tal cena, ainda não consegui. Mas acredito na minha amiga.Faz tempo que ela é observadora da natureza, como eu.
Observando o bando, notei que algumas se aproximavam muito de minha casa.
Numa tarde, encontrei um casal de andorinhas bem próximas à porta de entrada. Encontraram, no suporte da lâmpada, um lugarzinho aconchegante para o ninho. Só aconchegante…porque seguro não sei. Haja vista, o olhar atento do gato Maragato a esses novos vizinhos. (…)
Essas andorinhas voltaram. Onde tinham estado no longo inverno de 2018?Em terras quentes, com certeza. Milhares de quilômetros daqui. Quantas coisas viram!!! De tantas outras fugiram?Sobreviveram.
A vida segue, andorinhas. Em bando, em revoada alta, em revoada rasante…aqui, acolá…
É tempo de reprodução da espécie. Compromisso com a vida. Por isso andam em bando, ensinando à espécie humana o valor do coletivo.
Nessas idas e vindas, muitas ficaram pelo caminho. Talvez com asa quebrada, impossibilitando cumprir as metas da ida e da volta. Talvez porque um predador interrompeu seu caminho…
Estive fazendo analogia à vida das andorinhas, como fez um compositor de uma música clássica ” E AS ANDORINHAS VOLTARAM E EU TAMBÉM VOLTEI…” SÓQUENÃO!!! Eu não voltei. Pelo menos para as coisas que me prendiam, para predadores de meus sentimentos, para os voos rasantes, tampouco para aqueles voos loucos, sem rumo, no achismo…Estou em busca de outro bando, que use um GPS, capaz de evitar a quebra de asas, capaz de evitar caminhos já rejeitados,capaz de evitar a reedição de um mapa falso…Um bando, cujos companheiros sejam capaz de promover a alternância no voo…capaz de promover o encorajamento de novos voos e, sobretudo, tenham como meta não destruir a auto estima de nenhum companheiro.
EU não voltei. Porque o lugar era, deveras, mais inseguro, do que o ninho das amiguinhas andorinhas, muito perto do esperto gato Maragato.
Minhas asas descansam. Aguardam a direção de novos voos. Que bons ventos soprem.

Estratégia de sobrevivência.
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