Denomina-se inteligências múltiplas à teoria desenvolvida desde a década de 80, por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard, tendo como líder o psicólogo Howard Gardner, essa teoria analisa e descreve o conceito de inteligência.
Gardner afirma que a grande variedade de habilidades cognitivas humanas não permite ser entendidas pela psicometria( testes de QI); essa teoria é bastante criticada na comunidade científica.
Conhecidas as inteligências: Lógico matemático, Linguística, Musical, Espacial, Corporal-cinestésica, Intrapessoal, Interpessoal, Naturalista, Existencial, destaco neste post a inteligência Naturalista.
A história aponta como exemplos de Inteligência Naturalista: Charles Darwin;Rachel Carson, Thomas Henry Huxley. Seriam só esses? Como explicar a sabedoria do camponês com a interação perfeita com o solo, com a água, com o ar, com os animais, com as plantas? Mas, seriam só eles os exemplos de inteligência naturalista?
Na atualidade, mais de 70% da população mundial vive em centros urbanos, longe do contato com a flora, com a fauna. Não teríamos, todos, essa inteligência, tão necessária para a sobrevivência dos seres planetários?
Em muitos centros urbanos, existem marcas de inteligência naturalista. Jardins verticais. Tetos verde. Piscinas que imitam as ondas do mar. Hortas verticais. Hortas comunitárias. Espaços para pesque e pague. Áreas verdes para encontros holísticos. Trilhas ecológicas. Hotéis Fazenda. Pousadas com muito verde. São alguns exemplos das marcas da inteligência naturalista.
Observa-se também, estilos de vida como a prática vegana e ou vegetariana crescente entre os humanos.Construção habitacional que respeita a biodiversidade local. Captação da água da chuva, da energia solar. Tentativas de frear o consumismo, algumas pessoas vivenciam experiências em comunidades de trocas, evitando inclusive o dinheiro. Outras abdicaram do carro, usam bicicletas para se locomoverem.
Os animais tentam se adaptar às selvas de pedra. E inteligência naturalista está aí para ajudá-los . Tampouco são eles que nos ensinam habilidades capazes de nos libertar das prisões que construímos.
Vivo, hoje, num lugar onde borboletas me visitam. Galo que é meu despertador matinal. Dois casais de João de Barro que me ensinam como conviver num pequeno espaço e respeitar o horário de passeio de cada um pelo pátio…Um gatinho filhote que solicita atenção…teima interromper a escrita desse post..para um breve cafuné.
O simples andar descalço sob a grama, a contemplação da flor que desabrocha no jardim, remete-me à reflexão: há em mim um pouco da camponesa que fui, da estudante de biologia, da acadêmica de linguística, da cidadã preocupada com o consumismo, da cliente de brechó , da usuária de transporte público…e da poeta que implora: -Menos desamor. Uma flor, por favor!

