Partiu para outro plano espiritual o poeta lutador Thiago de Mello.
Todo vestido de branco como costumava se vestir, lá vai ele em liberdade plena.
Desde que conheci sua poesia libertadora, nunca deixei de apresentá-la aos meus alunos nas aulas de literatura.
Em tempos de escuridão, nunca foi tão válida sua poesia de resistência e de esperança.
No contexto obscuro, no qual vive a humanidade, a poesia de Thiago de Mello é um grito que ressoa:
” Faz escuro, mas eu canto
Porque amanhã vai chegar”.
É a crença de que outros tempos chegarão. Mais acalentadores. Com mais justiça social. Tempos de curas. Do corpo e da alma.
Querido poeta! Fica decretado e que de fato o decreto seja cumprido:
” Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, tem o direito a converter-se em manhãs de domingo”.
Fica decretado,a partir desde instante que, haverá janelas, e que nelas os girassóis terão o direito de
abrir-se dentro da sombra: e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde, onde cresce a esperança.
Pincelei esses versos do poema Estatuto do homem, para poder falar da esperança.
Esperança de novos dias, que mesmo com manhãs escuras, tenha -se a oportunidade de abrir janelas.
Esperança que haja a liberdade além das janelas.
Esperança que todos possam ser como girassóis, sendo luz e irradiando luz.
Fica decretado, poeta, que teu canto seja sempre acalento para todas as novas manhãs.
Grata por tua vida. Muito grata pela oportunidade de acessar a sua produção literária e compartilhar com tantos jovens alunos.
Ficamos cheinhos do verde esperança. “Porque o amanhã vai chegar”.
Até breve, poeta da roupa branca!!! Poeta da paz.
